Nesse ponto das suas carreiras, os Beatles já haviam decidido a não fazer mais shows ao vivo. Várias más situações tinham ocorrido, como uma fã se atirar nas caixas de som e arrancar um chapéu da cabeça de John, gente pisoteada, e até um pouso forçado em Portland em 1965, quando uma das hélices do quadrimotor pegou fogo durante a chegada no aeroporto (essa mesma aeronave viria a cair dois anos depois, matando parte daquela tripulação).
John disse que, durante esse fato, sentiu que ia morrer como Buddy Holly, que perdera a vida na queda de um avião em 1959. Mas John, sempre John, ao perceber que estava seguro, após o avião aterrissar numa piscina de espuma e deslizar por mais de um quilômetro e parar, colocou as mãos em concha na boca e anunciou para os outros passageiros, loucos para saírem dali: " - Calma! Calma todo mundo!! Tá tudo bem, todo mundo, tudo bem! Vamos descer: Beatles, mulheres e crianças primeiro!".
Ademais, aconteceram shows em que eles não conseguiam sequer ouvir uns aos outros. Determinado fim de um deles Ringo disse: "- Puxa, eu não ouvia nada quando tocava A Taste Of Honey!", no que Paul respondeu: "- Ué, mas eu não cantei essa música hoje!".
Realmente, as performances ao vivo poderiam ter parado bem ao término de 1965, quando eles concordaram que precisavam se dedicar mais à feitura das músicas, trabalhar mais em estúdio, inovar, pois sentiam que poderiam "ficar para trás" naquela turbulência que chocoalhava o cenário cultural da época. O fim tão esperado, no entanto, veio no dia 29 de agosto de 1966 no Candlestick Park, São Francisco, de 9:27 à 10:00 da noite, em frente a 25.000 pessoas.
O espetáculo foi gravado por Tony Barrow, funcionário da NEMS, à insistência de Paul, que percebia ser aquele momento o fim de uma era.
Depois de nove anos e mais de 1400 concertos, os Beatles tinham dado o último espetáculo ao vivo deles, finalizando com Long Tall Sally. Listen!
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