Paul realizou gravações do álbum Londow Town, de 1978, em 1º de maio de 1977 num iate chamado Fair Carol nas Ilhas Virgens.
Entre outras músicas, ele gravou Boil Crisis, não lançada oficialmente, a qual o blog volta agora por ter pesquisado e encontrado uma nova mix que vale a pena ouvir. Ok, Paul!
A aventura de ir a mais um show de Paul McCartney (já tínhamos ido a São Paulo no dia 21 de novembro de 2010 e ao Rio de Janeiro em 22 de maio de 2011) começou na terça-feira, dia 24 de abril de 2012. Turnê Sul-Americana de Paul, On The Run, estádio Ressacada, Florianópolis, Santa Catarina era o destino.
Eu e Mari embarcamos no voo das 12h40min, saindo de Goiânia com escala em Congonhas, São Paulo, seguindo para Florianópolis e chegando lá às 17h40min. Goiânia 32 graus, São Paulo 23 e Florianópolis 21, com céu totalmente encoberto. Beleza.
Do aeroporto pegamos um táxi rumo ao hotel São Sebastião da Praia, no bairro de Campeche. Nem mesmo havíamos andado uns 8 quilômetros quando o motorista recebe um comunicado de que a maré tinha subido e invadido as pistas que levavam ao bairro pretendido... Trânsito parado. Numa demonstração de rara honestidade hoje em dia, o Sr. Rafael nos sugeriu voltar para o aeroporto e aguardar por volta de uns 40 minutos até a maré baixar. Agradecemos e assim fizemos. Passado o tempo estipulado ligamos para o Sr. Rafael que aconselhou aguardar mais uma hora, pois a coisa ainda estava complicada. Resultado: só conseguimos chegar ao hotel às 22h30min. Tudo bem. Fizemos o check-in, deixamos a bagagem no quarto e seguimos até o restaurante do hotel, onde fizemos um lanche rápido e depois fomos dormir.
Pela manhã, nada de sol e sim nuvens carregadas por toda parte. Uma garçonete do restaurante do hotel, muito simpática e solícita durante nosso café da manhã, nos deu dicas de tomarmos alguns ônibus para conhecer um pouco da ilha (ficamos sabendo depois que a ilha é a parte ‘rica’ e o continente é a parte ‘pobre’ da cidade).
Hotel São Sebastião da Praia - Campeche - Florianópolis
Nesse momento, um casal que ouvia a conversa aproximou-se e perguntou se estávamos falando sobre o esquema dos ônibus para se chegar ao show logo mais à noite. Eduardo e Helena, também eram grandes fãs dos Beatles e tinham alugado um carro, porém estavam receosos de irem dirigindo até o local do show. Eu disse que escrevia para o Portal Beatles Brasil e ele me reconheceu, pois acessa esse blog quase diariamente e mostra as postagens para a Helena! Daí, a jovial garçonete explicou que achava melhor ir de carro e deixá-lo nos bolsões de estacionamento nas mediações do estádio. O Eduardo disse que tinha ido ao local no dia anterior e achou o local dos bolsões muito distante da Ressacada. Enquanto pensávamos sobre a ida para o show, eles nos perguntaram se não queríamos conhecer um pouco da cidade com eles. Proposta aceita na hora!
Saímos do hotel, seguimos por vias sinuosas numa serra e após uma boa rodada e muito papo sobre os Beatles, chegamos até o shopping Beiramar, o qual, conforme nos foi informado, era o local onde situava o antigo estádio do Avaí, que agora possuía a Ressacada.
Do shopping víamos o mar em frente e ao lado se encontrava o Majestic Hotel, onde ficou hospedada a banda de Paul McCartney (só fiquei sabendo disso depois, senão teria ido lá tentar fazer uma foto com os caras, já que estávamos tão perto!).
Estacionamento do shopping Beiramar. Ao lado o hotel Majestic, onde estava hospedada a banda do Paul
Eduardo e Helena foram fazer algumas compras e eu e Mari fomos até a praia em frente, com blusas de frio! Paciência...
Por volta de 13h00min, fomos almoçar e voltamos ao hotel. Conversando durante o trajeto, achamos melhor seguirmos para o show naquele momento mesmo, 15h20min, com medo de que a maré subisse a pista que levava ao estádio (a mesma que leva ao aeroporto) ficasse intransitável. Qual não foi a nossa surpresa ao notarmos o quanto eram distantes os bolsões de estacionamento do local do show! O pessoal deixava lá o carro e vários ônibus completariam o percurso gratuitamente! Não sentimos nenhuma firmeza nisso e deixamos o carro na confluência da pista com a que levava ao estádio. Pensávamos em pegar algum táxi ou mesmo um ônibus para chegarmos ao local, porém todos os ônibus se negavam a parar, pois estavam levando aqueles que deixaram o carro nos bolsões... Táxis? Nem no sonho! Solução? Seguimos a pé! Por uns 9 quilômetros! Quase no meio do caminho, ouvimos sirenes, vimos batedores e um helicóptero sobrevoando o trecho. Por quê? Logo atrás, num Land Rover prata (foi o que me pareceu) estava nada mais nada menos do que Paul McCartney acenando para nós, humildes peregrinos! Foi uma bela emoção inicial!
Chegando à fila de entrada, como não seria surpresa, deparamos com um verdadeiro formigueiro. A galera era triada conforme os locais dentro do estádio. Eduardo e Helena seguiram para fila dos ingressos cadeira coberta Gold A e nós pegamos a nossa para o Portão 3, cadeira coberta Gold C e D. Uma moça do apoio nos informou que os portões abririam exatamente às 17h30min, ou seja, dali a mais ou menos meia hora. Bela previsão! Os portões só abriram às 18h40min! Porém, ouvimos da fila praticamente todo o sound check!
O sound check rolava lá no estádio!
Dona Mari e seu energético, pois a noite prometia!
Enfim, entramos e logo conseguimos um ótimo lugar lateral, sem a visão comprometida por algum trambolho de torre e de maneira que pudéssemos ver também o telão central. Tudo certo!
Sentados, o espaço entre nós e a pessoa acomodada logo abaixo era ínfimo! Eu, com meus delicados 1,90m e 105 quilinhos, praticamente estava com o joelho colado na nuca do sujeito à frente! Isso não chegava a ser um problema, se eu não tivesse que me contorcer mais do que dublê de sapo quando alguém queria passar para ir ao banheiro ou comprar algo... Nota do autor: Não consigo imaginar como alguém vai a um show desses para entornar litros e litros de cerveja ou refrigerante sabendo que ir ao banheiro – longe pra carvalho! - é uma tarefa incômoda e inglória! Fazer o que...
Galera chegando
Ok. Daí, como o local era realmente privilegiado, a galera que foi chegando depois, percebendo as cadeiras lotadas, começou a se amontoar nas escadas! Pronto! Se estava difícil locomover-se com a lotação normal, imaginem agora! Vendo a periclitância da situação, sugeri à Mari que fosse ao banheiro novamente naquele momento, pois o sinal de ‘não se mexa mais’ estava do amarelo para o vermelho! Quando ela se levantou para a missão, eis que suas pernas gritaram com o esforço empreendido na caminhada até o estádio! Com muito custo, ajudei-a a descer e já comecei a pensar em como seria o desfecho de chegar até o carro no final do show... Como diria John: “Bloody Hell!”. Ela retornou com certo esforço, nos acomodamos da melhor maneira possível e pegamos nossos cartazes de Na Na Na Na, pois a hora se aproximava!
Eis que os telões começam a mostrar aquelas maravilhosas imagens dos Beatles, Wings, de amigos, afinal, de quase todas as personagens do universo beatle.
Telão
Logo após, Sir Paul entra no palco, diz “Boa noite, manezinhos! Oi oi oi Floripa!” e tudo se transforma em magia!
Paul inicia com Magical Mistery Tour (magia! Eu não disse?) seguida de Junior’s Farm, All My Loving e Jet. Loucura total!
Primeira canção: Magical Mistery Tour!
Enquanto ele cantava Drive My Car, a quinta em seu set list, um temporal despencou. A plateia buscou se proteger como pode: algumas pessoas usaram capas de chuva e outras recorreram às blusas ou então decidiram encarar a chuva. Nós ali, nas cadeiras cobertas, apenas eventualmente recebíamos alguns pingos quando o vento soprava, porém evidenciava que teríamos de comprar capas de chuva, pois não havia sinais da danada parar não!
The Night Before e chuva!
No decorrer do show, Paul brincou com o público, arriscou várias conversas em português a cada sequência de músicas e até mesmo pronunciou gírias típicas, além de “manezinhos”, como são conhecidos os moradores de Florianópolis. "Isté Paul", ele chegou a dizer, numa clara referência ao "istepô" (que significa nativo de Florianópolis) usado pelos habitantes locais. Eram nítidas a sua alegria e entrega nas canções! O que um amor correspondido não faz a um coração!
Eu e Paul ao fundo, cantando Jet!
O set list foi Magical Mystery Tour, Juniors Farm, All My Loving, Jet, Drive My Car, The Nigth Before, Let Me Roll It, Paperback Writer, The Long and Winding Road, 1985, My Valentine, Maybe I'm Amazed, I've Just Seen a Face, Hope of Deliverance, And I Love Her, Blackbird, Here Today, Dance Tonight, Mrs Vanderbilt, Eleanor Rigby, Ram On, Something, Band on the Run, Yellow Submarine (canja), Obla di Obla da, Birthday, Back in the USSR, I’ve Got a Feeling, A Day in the Life, Let it Be, Live and Let Die, Hey Jude, Lady Madonna, Day Tripper, Get Back, Yesterday, I Saw Her Standing Here, Golden Slumbers / Carry That Weight / The End.
Filmagem que fizemos de Live and Let Die (live Floripa 04/25/12):
Gravamos My Valentine (dedicated to Nancy - live Floripa 04/25/12):
Maybe I'm Amazed(dedicated to Linda - live Floripa 04/25/12):
Hope Of Deliverance (live Floripa 04/25/12):
E depois de mais de 3 horas de show, derramaram-se mais uma vez os papeizinhos picados na plateia, misturando-se com a renitente chuva que não deu trégua pelo resto da noite. Noite chuvosa, porém maravilhosa e inesquecível.
Chuva de papeizinhos, além da chuva que caia com gosto
Comprovantes dos ingressos e dois papeizinhos que colaram na minha testa após o show!
Após sairmos um pouco do transe que estávamos, começamos a pensar em como chegar até o carro, que se encontrava a mais ou menos 9 quilômetros do estádio, com a Mari ainda sentindo muitas dores nos joelhos devido ao esforço da caminhada inicial... As filas para os ônibus lembravam campos de concentração, com todo mundo meio zumbi, levemente ainda atordoados pela enchente de músicas (alguns provavelmente atordoados por outros motivos...). Todos os coletivos estavam lotados e nenhum sinal de táxis. Começamos a andar devagar e chegamos até o trevo do estádio, quando, inexplicavelmente, um ônibus totalmente vazio parou do nosso lado. Perguntei ao motorista até onde ele ia e a resposta foi “Bolsão 1 do estacionamento”. Olhei pra Mari e percebi que ela topava subir. Subimos, junto de mais uns doze sortudos e o ônibus seguiu adiante. Durante o trajeto, eu pensava na nossa sorte, pois lá perto do bolsão com toda certeza seria mais fácil achar um táxi. Legal. Porém, ao chegar perto do local onde o carro alugado pelos amigos Eduardo e Helena, o ônibus parou atrás de outro e, incrivelmente, abriu as portas! Eu e Mari nos levantamos rápidos e, junto de mais umas três pessoas, descemos. Atravessamos a rua (a chuva caía insistentemente) e chegamos ao estacionamento!
Esperamos por uns vinte minutos e vimos o Eduardo e a Helena chegarem, pois tinham vindo a pé do estádio! Entramos no carro e a caminho do hotel, comentando sobre o belíssimo show que presenciamos, relatei o episódio do ônibus vazio, e eles disseram, entre muitos risos, termos tido muita sorte!
Chegamos ao hotel por volta das 1h40min da manhã e, exaustos, engatinhamos direto pra cama! Acordamos no outro dia, debaixo ainda de muita chuva e com uns 14 graus, e fomos tomar o café da manhã. No restaurante do hotel encontramos o Eduardo e a Helena que nos informaram que o voo deles para o Rio era o das 12h25min, ou seja, o mesmo que o nosso, pois do Rio pegaríamos a conexão até Goiânia! Arrumamos as malas, fizemos o check-out do hotel e seguimos para o aeroporto (o carro alugado foi entregue numa locadora em frente do mesmo). No Galeão nos despedimos dos amigos, a quem agradecemos muito, e seguimos para Goiânia. Aproveito esse post para mandar um grande abraço para o Eduardo e para a Helena, beatlemaníacos da melhor espécie e já grandes amigos!
Despedindo dos amigos Eduardo e Helena no aeroporto do Galeão, Rio de Janeiro.
E para finalizar, a pergunta que não quer calar: quando será a próxima, Sir Paul?
Hoje inicia-se a turnê de Paul no Brasil, a On The Run, com dois shows em Recife, 21 e 22, e depois outro em Florianópolis, dia 25.
E embalados na felicidade de termos nosso ídolo novamente em nossas terras, você ouvirá agora um ensaio da música C'Moon.
Ela foi lançada no lado-B de um single cujo lado-A contém a controversa Hi, Hi, Hi, que chegou a ser proibida por conotações sexuais. A data do lançamento foi 1° de dezembro de 1972.
Em 1993 C'Moon foi incluída no álbum Red Rose Speedway, originalmente de 1973, na sua versão remasterizada.
Outtake da belíssima Here, There And Everywhere, das gravações do Álbum Revolver. Esse dia era 16 de junho de 1966. Os Beatles foram para o estúdio 2 da Abbey Road e ficaram das 19:00 às 3:30 da manhã.
No dia 27 de junho eles partiriam para os shows no Japão e lá seria escolhido o nome do Álbum: Revolver, depois de alguns pitacos como Abracadabra, Beatles on Safari, Magic Circles, After Geografy (idéia de Ringo, pois os Rolling Stones tinham acabado de gravar o álbum Aftermath... Esse Ringo!)
Na gravação que você vai ouvir Paul registrou o vocal com a fita em rotação reduzida, para comportar melhor a voz dele. Listen!
De 7 de fevereiro a 31 de março de 1977 Paul realizou a primeira sessão de gravações, na Abbey Road, para o seu próximo álbum London Town, que foi lançado em 31 de março de 1978. Nesse dia foram gravadas as músicas Londow Town (que Paul escreveu em Perth, Australia - Escócia e México!), Deliver Your Children (escrita durante as Sessões do Álbum Venus and Mars em Los Angeles) e Girl's Shool (lado B de Mull of Kintyre).
A segunda sessão só aconteceu em 1º de maio de 1977 num iate (isso mesmo!) chamado Fair Carol nas Ilhas Virgens! O primeiro nome para o álbum foi Water Wings, pois Paul montou um estúdio no barco e gravou várias outras músicas, entre elas Boil Crisis, não lançada oficialmente até o dia de hoje, que você vai ouvir agora. Listen!
No post de hoje umas das primeiras tomadas de Golden Slumbers / Carry That Weight, canções do fabuloso Álbum Abbey Road, lançado em 26 de setembro de 1969. Enjoy!